domingo, 22 de janeiro de 2017

RECONHECENDO CHAMADOS! (PRISCILA E ÁQUILA... E FELIPE)


Algumas igrejas têm por costume separar pessoas para o ministério em uma cerimônia especial, organizada, e preparada para tal fim.
Pessoas que são observadas ao longo de determinado tempo na comunhão da igreja, na vida de outros e, por serem frutíferas no que fazem, são reconhecidas,
São separadas e abençoadas diante da congregação para que seja reconhecida e transferida autoridade pelos pastores e líderes para este fim.
Quando isso acontece, nós manifestamos alguns princípios que são mais importantes, e que estão por trás do que fazemos publicamente.
Declaramos e concordamos que no Reino de Deus, as regras são diferentes das do mundo natural.
No Sistema do Reino é mais importante ser do que fazer, por que o que fazemos exterioriza o que somos.
A árvore frutífera apresentar seus frutos é algo óbvio e esperado. Não há para uma árvore frutífera e saudável, qualquer esforço em frutificar se ela é uma árvore frutífera!
Mesmo alguém que não conheça árvores frutíferas, como eu não as conheço pois minha vida foi sempre "urbana", poderá saber claramente que tipo de árvore é ao observar que frutos ela produz.
Alguém que ao olhar para uma árvore e vê maçãs, saberá que está diante de uma macieira.
Em nosso caso, pessoas observarão frutos na vida uns dos outros, no âmbito da igreja local e perceberão a obra de Jesus pelo Espírito Santo! Fomos chamados para frutificar!
Adicionalmente, há outra verdade a ser observada: Que Jesus conhece os que Ele mesmo chama para serem frutíferos. Antes mesmo que estes O conheçam...
Veja, por exemplo, o chamado de Natanael conforme relato em João 1:43 a 51:

No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galileia, e achando a Felipe disse-lhe: Segue-me. Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. Felipe achou a Natanael, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Perguntou-lhe Natanael: Pode haver coisa bem vinda de Nazaré? Disse-lhe Felipe: Vem e vê. Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel. Ao que lhe disse Jesus: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”.

Veja que Natanael era conhecido por Jesus antes mesmo de conhecê-lO.
E com certeza, Natanael pensou ou disse algo tão importante para si, enquanto estava debaixo da figueira que, quando Jesus deu a ele esta palavra de conhecimento, o tocou no profundo.
Jesus conhecia o segredo do seu coração!
Aliás, Jesus não apenas o conhecia, mas já tinha disponíveis coisas ainda maiores para Natanael, desde que nEle cresse, recebesse, e O seguisse.
E guardadas as proporções, o mesmo se aplica a você e a mim, ainda hoje, em nossos dias...
Se você está em Cristo, não importa se alguém já reconheceu a algum dom em sua vida ou não... Ou mesmo se reconheceram que você tem chamado para um ministério ou não.
Seu foco é estar em Jesus, e ouvir sua voz, e aceitar qualquer convite para conhecê-lO mais de perto, como Felipe fez com Natanael. Deus vai Se encarregar de manifestar o que Ele  escondeu em sua vida.
Por outro lado, não despreze os convites que surgirem em sua vida!
Veja que Natanael nem mesmo achava que conhecer Jesus pudesse ser coisa boa, por que nada de bom, segundo a cultura local, podia sair de Nazaré...
Ou seja, seguir a cultura local pode levar pessoas sinceras que ficam presas ao “sistema” e assim vão perder as maiores oportunidades de suas vidas. Como aparentemente era Natanael que, apegado á cultura local, quase perdeu a oportunidade da sua vida... A oportunidade de conhecer Jesus!
Você é preso demais à cultura local ou familiar? Cuidado... isso pode atrasar seu chamado se Deus estiver trabalhando mudanças em você para O servir...
Prosseguindo...
A Parábola dos talentos em Mateus 25:14 a 30, nos demonstra que recebemos recursos em escalas diferentes e proporcionais, segundo nossa capacidade, que o Senhor espera que possamos usar para Ele no Seu Reino:

Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem. O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco; da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois; mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu. Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei? Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Como você pode perceber, a base de avaliação de Jesus foi que os que fizeram 100% de rendimento com o que receberam, foram chamados "servos bons e fiéis" e entraram no descanso do Senhor.
Já o servo que não fez nada foi chamado de "mau e negligente", e ficou de fora...
Abaixo temos o texto de Lucas 19:11 a 28, onde encontramos uma Parábola que nos apresenta o mesmo conceito, tratando praticamente da mesma maneira, mas apresentando outros detalhes importantes:

Ouvindo eles isso, prosseguiu Jesus, e contou uma parábola, visto estar ele perto de Jerusalém, e pensarem eles que o reino de Deus se havia de manifestar imediatamente. Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra longínqua, a fim de tomar posse de um reino e depois voltar. E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este homem reine sobre nós. E sucedeu que, ao voltar ele, depois de ter tomado posse do reino, mandou chamar aqueles servos a quem entregara o dinheiro, a fim de saber como cada um havia negociado. Apresentou-se, pois, o primeiro, e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. Respondeu-lhe o senhor: Bem está, servo bom! Porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade. Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. A este também respondeu: Sê tu também sobre cinco cidades. E veio outro, dizendo: Senhor, eis aqui a tua mina, que guardei num lenço; pois tinha medo de ti, porque és homem severo; tomas o que não puseste, e ceifas o que não semeaste. Disse-lhe o Senhor: Servo mau! pela tua boca te julgarei; sabias que eu sou homem severo, que tomo o que não pus, e ceifo o que não semeei; por que, pois, não puseste o meu dinheiro no banco? Então vindo eu, o teria retirado com os juros. E disse aos que estavam ali: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem as dez minas. Responderam-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas. Pois eu vos digo que a todo o que tem, dar-se-lhe-á; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. Quanto, porém, àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim. Tendo Jesus assim falado ia caminhando adiante deles, subindo para Jerusalém”.

Jesus espera nos encontrar frutíferos!
Multiplicando os dons e talentos que Ele nos deu até a Sua vinda
Na Sua vinda, Ele vem para julgar o mundo.
Os que não o querem como Rei serão lançados fora de Sua presença para sempre!.
Não serão obrigados a estar com Quem não amam, em Quem não creem, a Quem não honram, a Quem não seguem, a Quem não servem.
Mas os textos bíblicos sobre dons e serviços, e manifestações de ministérios, nos trazem uma inspiração importante, uma revelação preciosa, a meu ver, que é a possibilidade de crescermos em influência, autoridade e alcance no Reino ao longo de nossa jornada aqui.
Veja por exemplo o ministério de Priscila e Aquila que cuidavam de pessoas, e por isso mesmo, sem saber, foram chamados a ministrar a vida de Apolo.
Quando o conheceram, viram que ele era eloquente e poderoso nas Escrituras mas não conhecia ainda o poder do Espírito Santo.Conhecia apenas o batismo de João.
Apolo ainda não tinha recebido o batismo no Espírito, ou não cria...
E assim, não abençoava os seus discípulos com este poder tão importante para a pregação do Evangelho. Assim, com ousadia, abençoaram Apolo, que saiu transformado daquele encontro.
Veja o texto de Atos 18:24 a 28 abaixo:

Ora, chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, conhecendo entretanto somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga: mas quando Priscila e Áqüila o ouviram, levaram-no consigo e lhe expuseram com mais precisão o caminho de Deus. Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido. Pois com grande poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo”.

Agora Apolo não é mais apenas eloquente na fala e poderoso nas Escrituras, mas se tornou poderoso na fala e poderoso nas escrituras depois daquele encontro.
Recebeu poder para pregar, que é o objetivo do derramamento do Espírito Santo.
Não, Ele não vem para produzir "showzinhos" de manifestações supostamente de poder, ou para criar entretenimento, com pessoas manifestando "estrimiliques" ou coisas que parecem sem sentido, mas, sim, o Espírito nos é dado principalmente para que possamos pregar o evangelho com Poder!
E foi o que aconteceu com Apolo, através de Priscila e Aquila, e simultaneamente, em outra cidade, com seus discípulos, pelas mãos de Paulo. Leia comigo o texto de Atos 19:1 a 7:

E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo tendo atravessado as regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam-lhe eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes ele: Em que fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo respondeu: João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Jesus. Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam. E eram ao todo uns doze homens”.

Depois disso, Apolo se tornou Apóstolo do Senhor, e Priscila e Áqüila, pastores de igreja.
Ou seja, tornaram-se mais influentes, e, aquele encontro, foi parte do processo de aperfeiçoamento do que já existia neles mesmos... Todos os três foram apenas reconhecidos e confirmados para ampliarem seu alcance e influência enquanto fiéis ao Senhor Jesus, do que já estava neles.
Apolo Apóstolo, está registrado em I Coríntios 4:6 a 9

Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, de modo que nenhum de vós se ensoberbeça a favor de um contra outro. Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido? Já estais fartos! já estais ricos! sem nós já chegastes a reinar! e oxalá reinásseis de fato, para que também nós reinássemos convosco! Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens”.

Priscila e Áqüila como pastores reconhecidos por Paulo em I Coríntios 16:19:

As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Áqüila e Priscila, com a igreja que está em sua casa”.

O mesmo aconteceu com Filipe, que conforme relato em Atos 6:3 a 6, para ser reconhecido diácono para o seu ministério, porque já era!

Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos”.

Ou seja, foi escolhido, reconhecido e abençoado como diácono por que já era cheio do Espírito Santo e de sabedoria...Entretanto, quando veio a perseguição pela morte de Estevão, conforme relato em Atos 8:1 a 13, manifestou-se algo mais que já era, ou seja, um poderoso evangelista, e teve obras de poder registradas nas Escrituras.

Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samaria. E uns homens piedosos sepultaram a Estêvão, e fizeram grande pranto sobre ele. Saulo porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão. No entanto os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra. E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados; pelo que houve grande alegria naquela cidade. Ora, estava ali certo homem chamado Simão, que vinha exercendo naquela cidade a arte mágica, fazendo pasmar o povo da Samaria, e dizendo ser ele uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até o maior, dizendo: Este é o Poder de Deus que se chama Grande.  Eles o atendiam porque já desde muito tempo os vinha fazendo pasmar com suas artes mágicas. Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”.

Não sei se você sabe, mas estes três personagens que escolhi para apresentar aqui, tem mais feitos apresentados na Bíblia do que alguns dos Apóstolos de Jesus!
Teriam Priscila, Aquila e Filipe usado o que receberam proporcionalmente, MAIS do que aqueles?
Ou o Senhor apresentou os mais bem sucedidos, tanto Apóstolos, Pastores e Diáconos mantendo uma proporcionalidade no relato das obras dando destaque aos Apóstolos mais frutíferos, aos pastores e diáconos mais frutíferos e assim por diante?
Não sabemos.
O importante é a exortação para que sejamos multiplicadores do Reino, usando TUDO o que Ele nos deu para usar!
Que tipo de árvore somos nós?
Quem não nos conhece, ao observar nossa vida, nossos frutos, o que dirá a nosso respeito?
Que Deus nos abençoe poderosamente...
Para isso, quero convidar você a abrir sua Bíblia no livro de Atos, capítulo 29.
Ah! Não existe o capítulo 29!
Sabe por que?
Creio que é por que o Espírito Santo de Deus quer usar Sua Igreja, ou seja, você e eu, para escrevermos os capítulos posteriores, até a volta do Senhor...
Que Deus nos abençoe para cumprirmos esta tarefa.

Haroldo Maranhão

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

E VIU DEUS QUE ISSO ERA BOM...


Deus é mesmo tremendo. Sua sabedoria é sem fim. Incompreensível!
Ele nos ensina quando fala. E Ele nos ensina em seus silêncios.
E, por serem silêncios, muitas vezes, não os percebemos.
E não aprendemos. Quer ver um exemplo?
Se você já leu o relato da criação, eu tenho certeza que você tem, por certo, uma frase importante em seu coração: E viu Deus que isso era bom! 
Deus fala isso em todos os dias da criação, certo? 
ERRADO! 
Deus criou os céus e a terra no princípio:

Gênesis 1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra. 

Mas aparentemente, neste momento, algo aconteceu, e a terra se tornou sem forma, vazia.
No hebraico original, um caos. Ao lermos o texto da queda de lúcifer relatada em Isaías 14 e Ezequiel 28, veremos que houve uma rebelião no céu. Que gerou uma separação.
Um terço dos anjos, liderados por lúcifer afrontaram a Deus, quebraram a aliança estabelecida no sistema anterior, no Éden anterior, e foram mandados embora de sua habitação original
Aconteceu uma separação cósmica. Na eternidade antes de todos nós estarmos aqui.
E parece que O Espírito de Deus ficou ali. Meditando sobre tudo o que havia ocorrido.
Pairando sobre as trevas... sobre  as águas!
 
2 A terra era (se tornou) sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. 

E então, creio, Deus começa a fazer um movimento em relação a tudo o que tinha acontecido.
Ele começa organizando o que aconteceu antes, e sobre o que não sabemos tudo.
A separação!

3 Disse Deus: haja luz. E houve luz. 4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 

Veja que o dia acabou, e embora Deus tenha criado a Luz, o fato de ter homologado a separação entre luz e trevas não foi bom. Porque digo isso? Talvez seja uma surpresa para você, mas, acabou o primeiro dia, e não encontramos a frase: E viu Deus que isso era bom.
Por que não era. 
Separação não é de Deus. 
Ele é Deus da unidade. Da comunhão.Da concordância! 
Separação, como sua própria origem atesta, veio de lúcifer. O diabo.

II Coríntios 6:14b ... que comunhão tem a luz com as trevas?

Separação não é bom. Nunca foi. Desde a eternidade anterior...
Deus silencia. Não achou Deus que isso que aconteceu era bom.
Fim do primeiro dia.

6 E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 7 Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi. 8 Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo
E Deus prosseguiu com Seu trabalho. 
Mais do que águas das nuvens de chuvas e águas de rios e mares.
Separou águas de cima e águas debaixo.
Muito mais uma organização do mundo espiritual, por figura...

Isaías 44:3 Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência;
Marcos 1:8 Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.

Novamente a separação. Aqui, Deus está finalizando a reorganização do sistema.
Pensai nas coisas de cima, não nas debaixo...
Mas novamente, ao concluir esta etapa de homologação da separação dos sistemas, Deus não achou bom. E mais uma vez, calou. Silêncio ao concluir o segundo dia.

9 E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi. 10 Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom. 11 E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi. 12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro. 

Pela primeira vez, Deus observa, e conclui: Agora está bom!
Aqui O vemos iniciando Seu processo de gerar vida. Sementes.
Frutos que tenham sementes e gerem mais frutos. Projetos.
A terra produzindo. Isso é mesmo BOM!

14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; 15 sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi. 16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas. 17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, 18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. 19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.

Aqui, embora ainda lidando com as consequências da separação, Deus não parece em nada impressionado. Seu processo criativo avança. E Ele pode criar adereços para o dia, e, mesmo que haja noite, ele pode adornar a noite. Com a lua e as estrelas. O dia e a noite estão organizados, embora separados. E mais uma vez Ele pode dizer que É BOM!

20 E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu. 21 Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. 22 Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra. 23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto. 

Neste quinto dia, vida no céu, vida nas águas. Vida saindo para a terra.
Multiplicando-se segundo a sua própria espécie. Isso é muito bom.
Vida é mesmo bom! E tem a bênção de Deus.
A bênção da multiplicação...

24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi. 25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. 27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. 29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi. 

Gênesis 1:31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto. 

O sexto dia é marcado, me parece, por uma celebração de Deus...
Agora vemos união conforme suas espécies. União para que pudessem gerar vida. Concepção.
Além disso, criou o homem e a mulher à Sua própria imagem e semelhança.
E os abençoa com a bênção da unidade. Fecundidade.
Governo. Ordem. Autoridade.

Agora Ele diz que isso é muito bom!

Gênesis 2:1 Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército. 2 Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera. 3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.

Ao cabo de todo este processo de separação, reconstrução, organização, criação e unidade, Ele pode enfim descansar. Alegrar-se com Sua obra. Acompanhar o seu desenvolvimento...
Colher os seus frutos. Ver materializada a Sua Sabedoria em obras!
Que você e eu também sejamos assim. À Sua imagem e Semelhança.
Em Cristo!
Levanta e anda. Ainda há muito mais...
Deus abençoe!

Haroldo Maranhão